APÓLOGO: O BULE E A
XICARA
Alunos do 5º ano
da EMEF Getulio Vargas
Profª Margarida A.
de Melo Nobrega
Após o café da tarde, sobre a mesa da varanda, a
xícara disse para o velho bule:- Ah!...eu sou a bela peça da copa!
Ao que respondeu o bule:- Tú? Ora esssa!
- Sim! Sou a mais bela peça e
a mais importante também! Retrucou a xícara indignada.
-É mesmo? Perguntou a xícara
com ironia.
- Pode rir bule velho disse a
xícara fechando a cara.
-Ora, não me leves a mal. Tu
sabes que gosto muito de ti disse amigavelmente o bule cheio de chá. Mas dona
xícara ignorando o senhor bule continuou a discorrer sobre suas qualidades
admiráveis.
Então
apareceu um gato preto, na escuridão e
disse: - Não me leves a mal mas por que estão discutindo?
Assustados
pararam de brigar, abraçaram um ao outro com medo e acabaram caindo do armário,
mas foram salvos pelo gato que disse:- Desculpe se assustei vocês.
Olhando um
para o outro perceberam que tinham um amigo que poderia ajudá-los nas suas
discussões e perguntou ao bule:- E tú gato, o que está fazendo por aqui? Ouvi
as discussões de vocês e vim ver o que estava acontecendo, se puder
ajudá-los...
-É a minha beleza que esta em
discussão disse a xícara.
-Como assim? Perguntou o gato.
-É a xícara que se acha a mais
bela peça do armário respondeu o bule.
-Sim, todos me acham bonita
retrucou a xícara.
-É você é bonita, mas precisa
do bule para servir sua dona disse o gato.
-É verdade, todas as vezes que
a nossa dona vai tomar chá ocupa a nós dois respondeu o bule.
-Não estamos discutindo
trabalho e sim minha beleza disse a arrogante xícara.
-Deixe de ser orgulhosa, você
precisa de mim para colocar o chá retruca o bule.
A xícara então disse: E outra seu bule velho,
eu sou mais nova que você!
- Como assim? Pergunta o bule
indignado.
- Calma aí pessoal... Você
xícara, e você bule, foram comprados no mesmo dia e são pintados iguaiszinhos
explicou o gato.
- É verdade, somos um
conjunto! Admirou o bule.
- Você é bonito, mas eu
continuo a mais bela disse a vaidosa xícara.
- Vocês têm que respeitar a
beleza um do outro, pois cada um é feito para servir alguém de uma forma,
explicou o gato.
Os dois se
olharam e perceberam que o importante mesmo não é só a aparência, nem a idade mas
sim, o coração.
Tornaram-se
amigos e com o passar do tempo a dona da casa emprestou o bule para sua filha
mais velha que morava nos Estados Unidos. A xícara começou a sentir saudades do
seu amigo e queria vê-lo, mas tinha que atravessar o mar, o deserto e ela não
tinha como fazer isso, então a tristeza tomou conta do seu coração.
Numa tarde,
quando a xícara estava servindo sua dona com saudade do bule, mal ela esperava
foi servida com chá pelo seu amigo que voltara para sua casa. Muito surpresa
ela disse: -Oi você por aqui!
-Sim sou eu, respondeu o bule.
- Como assim? Questionou a
xícara.
- A filha da dona me trouxe de
volta para sempre. Não vou mais viajar, disse o bule.
-E lá, tinha peça bela como
eu? Perguntou a xícara.
-Sim. Um pouco diferente de
você, respondeu o bule.
- Diferente como? Quis saber a
xícara.
-Ah! Você, mesmo sendo mais velha,
cuidou da sua beleza. Valeu a pena tu ter sido vaidosa. Respondeu o bule.
-Eu sei que sou “chique” disse
a xícara toda orgulhosa.
-Você é bonita, mas não seja
tão orgulhosa disse o bule.
-Não sou orgulhosa, estou
alegre novamente. Respondeu a xícara.
O gato escutou
a conversa das duas peças e viu a grande amizade que havia entre eles. Interrompendo
os dois, falou: -Você merece a beleza que tem.
-Somos preciosas peças,
disseram o bule e a xícara.
-E eu admiro seus trabalhos
com as pessoas, disse o gato.
-Servimos com amor, falou o
bule.
-Eu dedico meus donos com
carinho, falou a xícara.
Naquela casa todos compartilhavam
uns com os outros em tudo que faziam e mostravam interesse em seus trabalhos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário