terça-feira, 12 de abril de 2011

Escolas têm desafio de educar crianças já inseridas na era digital

A internet já faz parte da educação. Para especialista, escolas precisam adaptar o ensino à nova realidade.
Internet e educação. Os dilemas se multiplicam. Como a rede pode ajudar alunos e professores? E nesses tempos de "copiar e colar", quais os limites?
A revolução do século 21 já chegou. Mais acesso à informação e ao conhecimento. Na educação, a ferramenta que deu este impulso à humanidade pode nos levar ainda mais longe.
“Hoje você consegue trazer informações para populações do interior do Brasil, na África e em vários outros lugares que jamais teriam acesso a educação supereletizada ou curso profissionalizante. Através de internet, você consegue desde certificados profissionais até cursos de filosofia abertos”, analisa Andiara Petterle, presidente de portal feminino.
Está tudo pronto na internet. Testes e monografias de qualquer matéria estão em sites. A cada semestre, a equipe de um desses sites alimenta o banco de dados com 2.600 textos. Copiar e colar tudo de uma vez não é permitido, mas, mesmo assim, tanta facilidade não prejudica o verdadeiro estudo, a honestidade e a qualidade de um trabalho?
“Como diz Renato Russo, que palavra nunca foi dita? Acho que o que vale em um trabalho acadêmico é desenvolver um texto coerente com aquilo que aprendeu na sala de aula”, argumenta Alessandro Martins, fundador do projeto.
Ctrl C, Ctrl V. Copiar e colar. Tentação que já existe em várias fases da vida escolar.
“Em um trabalho, eu escrevo com minhas próprias palavras, mas às vezes eu copio”, admite Thomas Palazzo, de 11 anos.
“Tivemos um professor na sétima série que copiava as frases dos textos e botava no Google para ver se alguma coisa era copiada. Se fosse copiada, a pessoa tirava zero automaticamente. Aí as pessoas pararam de fazer isso depois de um tempo”, diz Pedro Cardoso, de 17 anos.
“O risco existe como sempre existiu antes do computador. Pegava-se uma fonte e se copiava”, aponta Patricia Lins e Silva, diretora de escola.
Os professores têm novos desafios. As escolas recebem alunos completamente adaptados à tecnologia, que começam a teclar ainda bebês, no colo dos pais, como Rafael. Aos três anos, ele identifica números e letras.
“Você pergunta qual a primeira letra do nome dele e ele sabe. A mesma coisa com o nome do papai, da mamãe, das avós. Não tenho a menor dúvida que olhar para esse teclado é uma ajuda à alfabetização muito maior que nas gerações passadas”, observa o veterinário Frederico Pietsch, pai do menino.
Bernardo, aos quatro anos, tem até perfil no Facebook.
“Se deixar, ele quer ficar uma ou duas horas na frente do computador. Pede para ficar mais um pouquinho, pede para continuar jogando. Normalmente tento estipular um horário de meia hora ou 40 minutos”, conta Vanessa Gaglianone, assistente de importação.
Daqui a uns dois ou três anos, Bernardo e Rafael chegarão à idade de alfabetização. Vai parecer uma volta ao passado distante no túnel do tempo.
Lápis e caderno. As antigas ferramentas usadas na alfabetização agora chegam depois da internet na vida de muitas crianças. Elas, que já aprenderam tantas novidades no computador, querem saber para quê, no futuro, vão precisar de letra bonita.
“Às vezes, eu preferia escrever no computador, porque é mais prático. Mas, como eu não tenho uma letra muito boa, tenho que reescrever”, diz Marco Altberg, de 11 anos.
“Difícil explicar isso para a criança. Acho que tem que ser franco. É um momento de transição em que as escolas ainda não aderiram, digamos, ao mundo pós-moderno. A esse mundo em que elas vão viver. A escola vive um momento de perplexidade”, diz Patricia Lins e Silva, a diretora de escola.
Estamos todos perdidos neste universo de afirmações, e nem todas merecem confiança.
“Não acredito em todas as informações na internet. Pesquiso em um site, depois em outro, aí comparo. Às vezes fico em dúvida”, diz a estudante Sofia.
“É o professor que tem que levar motivação ao aluno, servir de modelo para os alunos. Essa interação é fundamental. Se você fortalecer isso, vai em frente. Se não, a tecnologia não vai ajudar nada”, opina o sociólogo Simon Schartzman.
“Estamos caminhando para uma educação mais colaborativa, em que vamos aprender e ensinar a refletir, porque as informações de multiplicam. Cada vez mais vamos ter acesso a diferentes pontos de vista, e vamos ter que ensinar as nossas crianças a refletir sobre todos eles”, conclui Andiara Petterle, presidente de portal feminino.

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